Felizmente, tive a oportunidade de visitar o país dos hermanos duas vezes em 2024. A primeira viagem foi a trabalho, e a segunda foi um presente de aniversário para minha mãe. Posso dizer que, embora a viagem tenha sido para o mesmo lugar e no mesmo ano, foram experiências completamente diferentes — uma surpresa muito boa.




Como chegar?
Para chegar ao aeroporto: Como moro no interior de São Paulo e os voos costumam sair do Aeroporto de Guarulhos (GRU), em fevereiro/24 fui de casa até o aeroporto com um táxi pago pela empresa. Já na viagem com a minha mãe, alugamos um carro na Localiza da minha cidade e devolvemos na agência do aeroporto. Sendo muito honesta, não sei se essa segunda opção compensa para a maioria das pessoas. Digo isso porque a empresa onde trabalho tem convênio com a Localiza, então não pago algumas taxas — incluindo a devolução em outra agência — o que faz valer muito a pena. Talvez seja interessante considerar um Uber, taxi ou até mesmo deixar o carro no estacionamento do aeroporto.
Companhia Aérea: Fiz as duas viagens com a Latam. Não é o avião mais confortável da vida, mas não tenho do que reclamar. A tripulação foi extremamente educada e prestativa.
O voo foi direto e, se não estou enganada, durou entre 2h30 e 3h.
Chegando em Buenos Aires: Quando o avião pousa, passamos pela imigração e já buscamos a mala para passar pela alfândega. Vencidas as burocracias, é hora de ir para o hotel. Na viagem de fevereiro, minha gerente da época me orientou a pegar um táxi que fica em frente ao aeroporto. Tive muita sorte, porque o taxista foi bem bacana e me deu várias dicas. Mas, financeiramente falando, compensa muito mais o Cabify – e foi ele que usei na viagem de agosto. Chamei pelo aplicativo, atravessamos a rua e já entramos no carro de aplicativo. Os taxistas dizem que não é seguro, mas, não sei até que ponto isso é verdade ou se é apenas rixa de concorrência. Nas duas viagens usei cabify e posso dizer que, na minha experiência, não tive problemas.
Hospedagem
Assim como com a companhia aérea, me hospedei no mesmo hotel nas duas viagens. Como em fevereiro fui a trabalho, precisei me hospedar em um hotel conveniado e que ficasse próximo à empresa. Chegando lá, adorei tudo no hotel. Era bem intimista, os funcionários super educados, wi-fi de qualidade, não dificultaram para antecipar o check-in, o café da manhã perfeito (!) e pensa numa cama gostosa… enfim, foi uma estadia muito boa.
Lamentavelmente não tirei muitas fotos do hotel, mas vou deixar aqui as poucas que tenho:





Como tudo tinha sido perfeito na primeira hospedagem, achei uma boa ideia ficar lá novamente com a minha mãe, a fim de evitar estresses em bairros ou hotéis que não conhecia. Não posso dizer que me arrependo, porque a experiência foi igualmente satisfatória, mas, hoje, não faria a mesma escolha.
Diferentemente da primeira vez, o objetivo era fazer passeios de turista e, por isso, acabamos gastando muito mais em Cabify do que seria necessário, caso a hospedagem fosse mais estratégica.
Hotel: Hotel Alto San Isidro
Localização: San Isidro
Valor da diária: 100 dólares (informação de agosto/2024)
Foi uma hospedagem excelente, mas, pela localização, não voltaria se o objetivo fosse turismo.
Comidas e Restaurantes
Essa é uma das partes que mais me trouxe alegria na viagem.
Antes de seguir com as dicas de comidas e restaurantes, é importante deixar claro que sou uma pessoa que não come carne vermelha em 90% das refeições aqui no Brasil. Além da carne que vem no hambúrguer, é muito raro que eu ingira carne vermelha, pois não gosto. Mas, fiquei bem animada com a possibilidade de comer o tal do “chorizo” novamente na segunda viagem, tamanho foi meu encantamento.
Claro que a Argentina não se resume ao que vou falar aqui, mas, diante da minha pequena experiência, vou especificar os restaurantes e comidas que recomendo muito.
Medialuna: não existe a pos-si-bi-li-dade de você conhecer a Argentina e não comer medialuna. Eu comi das doces e das salgadas, pelo menos uma por dia. Não é croissant, não é salgado assado. É medialuna.
E, aproveitando o ensejo, já vou indicar o lugar que tem as melhores medialunas.
Café La Poesía: Na primeira vez que estive na Argentina, estava procurando a estátua da Mafalda e, de maneira despretenciosa, parei nesse café para comer alguma coisa enquanto carregava meu celular. Foi uma experiência muito boa. O pedido vem rápido e tudo é de excelente qualidade. Vou deixar aqui o valor que gastei nas duas vezes que fui lá – sim, óbvio que eu levei minha mãe para conhecer o café que mais gostei de visitar.





Bife de Chorizo y Papas: Quando cheguei lá, pensava que “chorizo” era a mesma coisa que nós brasileiros entendemos como chouriço, mas, bife de chorizo é um corte de carne muito comum lá e não tem nada a ver com a tal da “linguiça de sangue”. Posso dizer? MUITO BOM! Pelo menos onde comi, eles servem a carne com batatas (papas) e você decide de são fritas ou se vem em purê. Eu pedi todas fritas.
La Farola: Esse restaurante fica na esquina do hotel em San Isidro e foi lá que fiz grande parte das minhas refeições. Me parece que existem outros restaurantes com o mesmo nome, mas não sei dizer se fazem parte de alguma franquia ou se é só um nome comum. Mas, nesse restaurante de San Isidro, tenho só coisas boas a dizer. O atendimento é impecável, os garçons são muito gentis, a comida é muito boa e o ambiente é agradável. Como em fevereiro o clima estava mais para o quente, foi muito gostoso poder fazer as refeições ao lado de fora do restaurante, nas mesinhas que ficam ali.




Empanadas: O que falar das empanadas? É uma mistura de lanche, com pastel e salgado, não sei explicar. Só sei dizer que amei. Na primeira vez que fui, o pessoal do trabalho pediu online em um site que já já indico para vocês. Comi três e valeu como uma super refeição. Não me lembro exatamente do preço, mas não foi nada caro. Na segunda vez que visitei Buenos Aires, comemos as empanadas do restaurante La Farola. As empanadas de lá são muito boas, mas prefiro as do restaurante que vou te contar agora.
Mi Gusto Empanadas: Como disse anteriormente, não conheço esse restaurante, porque o pessoal do trabalho pediu online. O que posso dizer é que o site é bem intuitivo, o pedido chegou super rápido e as empanadas são sensacionais. A empanada de “hamburguesa” (a da foto) é MUITO boa, recomendo demais.


Pizzaria Güerrín: Como só comi uma pizza, vou unir a comida com o lugar. Nos sites que dão dicas para quem vai conhecer Buenos Aires, essa pizzaria está como um dos lugares “tem que”. Essa pizzaria fica em uma avenida bem movimentada e tem uma fila enorme se você quiser comer lá. Eu fui em uma segunda-feira e fiquei incrédula ao ver o tamanho da fila. Para retirar a pizza, a fila era bem menor, mas ainda assim bem grande. A diferença é que o atendimento é rápido. Eles só aceitam dinheiro em espécie, ou seja, nem adianta levar cartão. A pizza é boa? Sim, mas não achei que valia a segunda visita.
Ah, informação importante: pelo menos quando fui, na frente da pizzaria ficam algumas pessoas pedindo dinheiro e/ou pizza. Como não estava esperando, saí da pizzaria segurando a sacolinha e cometi o erro de sair mexendo no celular, pedindo um cabify para voltar ao hotel. Quando me dei conta, tinha um moço com a mão na sacola e pedindo a minha pizza. Acho que é um ponto de atenção.




Alfajor: Confesso que era um tanto quanto cética em relação aos tão falados alfajores, porque comi em algum momento algum que trouxeram de lembrança e não achei tão sensacional assim. Hoje entendo o porquê. Pelo menos de acordo com a minha experiência, os argentinos não comem com frequência os alfajores da Havanna, muito pelo contrário. Nas lojinhas ou lanchonetes vendem outras marcas que, na minha opinião, são infinitamente melhores.
O pessoal do trabalho me presenteou com uma sacola com muitos doces, então pude experimentar algumas marcas de alfajores que não são tão conhecidas por nós, brasileiros. O meu preferido, sem dúvidas, é o “Rasta”. Dizem que é uma versão argentina de um alfajor uruguaio. Não posso te confirmar essa informação, mas, para mim, esse é o melhor alfajor que já comi – tanto o de chocolate preto quanto o de chocolate branco. O doce de leite dele é sensacional, não sei explicar. Em segundo lugar, fica o “Jorgito” e em terceiro, fica o da Havanna.




Helado: Experimentei dois sorvetes quando fui à Buenos Aires. O do Mc Donald’s e o do Freddo. O do Mc experimentei o de doce de leite, já o do Freddo não vou lembrar o sabor. Uma pessoa disse que o sorvete do Freddo não era nada demais, mas eu achei bem bom. Já o do Mc, achei ok, nada especial.



Passeios e Pontos Turísticos
Buenos Aires Bus: Essa foi uma das melhores dicas que recebi de uma colega de trabalho que mora em Buenos Aires. Como minha mãe é uma senhora de 72 anos e havia previsão de chuva para um dos dias de viagem, ela me sugeriu fazer o passeio com o ônibus turístico, que passa pelos principais pontos da cidade. Segui a dica de imediato, mesmo o valor sendo 40 mil pesos por pessoa, totalizando quase 400 reais só nesse passeio.
Quando vi o preço, pensei que o passeio provavelmente não valeria os 200 reais por pessoa, mas que arriscaria. Eu não podia estar mais errada (e que bom!). Pelo menos com essa empresa em questão, a experiência foi excelente: o ônibus é super confortável, eles disponibilizam um fone de ouvido para acompanhar o tour guiado, com opção de vários idiomas.
O passeio funciona assim, em determinados pontos turísticos existe um ponto de compra para os bilhetes e, em todos os principais pontos, existia como se fosse um ponto de encontro, onde a cada período o ônibus pararia ali e você poderia começar seu passeio. Para quem já estava no ônibus, existia a possibilidade de descer em cada ponto turístico para conhecer e, posteriormente, retornar ao ônibus para seguir o passeio. Além disso, enquanto o ônibus seguia o trajeto, íamos ouvindo simultaneamente a história de cada parte importante da cidade. Valeu cada centavo!
Nós começamos o passeio no Cemitério da Recoleta e descemos apenas no Caminito para conhecer e almoçar (algumas medialunas).




Caminito: O caminito é uma ruazinha relativamente curta, com algumas barraquinhas de artesanato e vários restaurantes e lojinhas de artesanato e souvenirs. O restaurante que fica a imagem do Messi é uma loucura de tão cheio para tirar foto. Eu e minha mãe não fizemos questão, então tiramos só a foto do lugar mesmo. Comemos medialunas de almoço, mas estavam com aspecto de amanhecidas.
Vale a pena a visita, mas, lembre-se, não é nada além de uma rua com vários lugares para comer e comprar coisinhas.



Casa Rosada: A casa rosada, além de ser a sede do governo argentino, também é rodeada de algumas histórias a respeito do motivo dela ser rosa. Existem boatos de que ela é rosa porque antigamente faziam uma mistura de cal com sangue de vaca para pintar, mas também existe a história de que rosa é a junção da cor de dois partidos políticos importantes da época.
Independente do motivo da sua cor, vale a pena a visita — mesmo porque a Plaza de Mayo, onde ela fica, é lindíssima. Ouvi dizer que existe a possibilidade de conhecer a Casa Rosada por dentro. Deve ser muito legal!


Catedral Metropolitana: Não tinha como levar minha mãe para Buenos Aires e não levá-la para conhecer a Catedral Metropolitana. Para além do contexto religioso, a estrutura da igreja é belíssima e lá dentro tem muita história.
Um fato curioso é que no horário em que visitamos a Catedral, houve a troca dos guardas que fazem a segurança do mausoléu do General José de San Martín. Depois pesquisei e vi que os horários dessa troca estão disponíveis na internet para quem quiser assistir pessoalmente, mas nós não sabíamos que isso acontecia ali, então quando ouvimos um som de pessoas marchando e espadas batendo em alguma coisa que fazia barulho, foi bem assustador. Só depois que entendemos o que estava acontecendo que conseguimos “aproveitar o momento”. Foi uma experiência única.



El Ateneo Grand Splendid: Esse ponto turístico é o meu queridinho. A livraria merece até um post exclusivo de indicação sobre ela, mas vou falar brevemente aqui como foi nossa experiência.
Antes de tudo é importante te contar que essa livraria fica onde era um teatro. Sim, a estrutura continua a mesma e as estantes foram sendo encaixadas entre os ornamentos do teatro. E, outra coisa importante de contar é que ela foi eleita pelo jornal britânico The Guardian como a segunda livraria mais bonita do mundo! Não é difícil entender o porquê.
Sou completamente apaixonada nessa livraria. Fui na primeira vez que estive em Buenos Aires, fiz questão de levar minha mãe lá para conhecer e tenho certeza que, assim que tiver oportunidade, vou levar meu namorado para ele também se encantar com a beleza desse lugar.
É uma livraria bem cheia, tem muitas pessoas vendo livros, tirando fotos ou até mesmo tomando um lanche no café que está onde era o palco. Os preços não são baixos, mas não é diferente do que valor aqui no Brasil. Na primeira vez, o atendimento deixou a desejar. Na segunda, foi bem melhor.
Lá não é o lugar que você vai conseguir pegar um livro para folhear em silêncio, mas, se você é amiga dos livros, vale muito muito muito a visita.
Ah, é importante colocar o nome completo da livraria no GPS (El Ateneo Grand Splendid) caso esteja procurando sozinha, porque se colocar apenas “El Ateneo”, pode ser que te direcione para uma livraria completamente diferente. (Sim, aconteceu comigo).



Feria de San Telmo: A feirinha de San Telmo também é um lugar que vale a pena conhecer. Essa feira é como se fosse um antiquário a céu aberto e acontece aos domingos na “Plaza Dorrego”. Além disso, nas ruas ao lado também existem outras pessoas vendendo artesanato, lembrancinhas e coisas do tipo.
Uma dica é quanto mais cedo você chegar, mais vazio vai estar e mais tranquilo é para conhecer as barraquinhas. A partir das 11h da manhã já começa a encher.


La Recoleta: Devo dizer que esse era um passeio que fiquei resistente em fazer inicialmente,Por mais importante que ele seja, ainda é um cemitério. Mas, como é o primeiro cemitério público de Buenos Aires, e várias personalidades estão enterradas lá, decidi ir com a minha mãe. Quando fomos estava bem frio e ventando, o que deu um leve incômodo, mas não atrapalhou o passeio.
O bairro Recoleta é muito bonito. Em frente ao cemitério tem uma praça relativamente grande, com vários bancos, grama e áreas para pets. Para entrar no cemitério é necessário pagar, mas, por sorte, no dia em que fomos o sistema estava fora do ar e pudemos fazer o passeio gratuitamente.
É inegável como é um cemitério diferente do que estamos habituados aqui no Brasil. Realmente existem mausoléus bastante luxuosos, com pedras e esculturas impressionantes. Para setar as expectativas, devo dizer que por outro lado, alguns túmulos estão abandonados, sujos, estragados e com lixo. Nada disso estragou a nossa experiência, porque devo dizer que esse contraste chega a ser curioso.
Existem várias histórias sobre pessoas que estão enterradas ali, mas por conta do frio, não ficamos tanto tempo para conhecer a história da maioria. Procuramos o túmulo da Eva Perón e vimos o mausoléu da Liliana Crociati de Szaszak, uma moça que morreu numa avalanche quando foi comemorar sua lua de mel na Austria. A curiosidade sobre o mausoléu é que tem uma estátua dela e de seu cachorro, o Sabú. Alguns sites na internet dizem que ele morreu no mesmo dia que ela, mesmo estando em países diferentes, mas não posso confirmar essa história.
Se for no frio, vá bem agasalhado. O passeio vale muito a pena!




Dicas práticas
Formas de Pagamento: eles costumam aceitar cartão na maioria dos lugares que fui, não me lembro de ter precisado pagar alguma coisa em espécie.
Transporte: Usei cabify todos os dias e não tive problema.
Tomada: A tomada deles é diferente, então, é importante que você já compre um adaptador assim que chegar lá. No hotel que eu estava eles emprestam ou vendem.


Dicas extras e cuidados
Sobre cuidados em Buenos Aires, creio que é o mesmo cuidado que precisamos ter aqui no Brasil. Em uma das vezes que estive lá, as mesas do restaurante eram na calçada e deixei a bolsa em cima da mesa. Quando uma pessoa que trabalha comigo viu a foto que postei, disse para eu evitar deixar a bolsa exposta daquela maneira. Erro meu, né? Aqui no Brasil também não deixaria.
A noite algumas ruas do centro são bem escuras e não tem tanta polícia nos lugares – assim como no Brasil. Então acho que é só seguir aquele ditado que temos aqui: o seguro morreu de velho. É uma delícia ser turista, mas é bom sempre ter em mente os cuidados que temos aqui e replicá-los sempre que possível.
Espero que esse post tenha sido útil e possa agregar de alguma forma na sua viagem. (:
Com carinho,
Natali Baldoni.